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Bienal Universitária de Arte 1 integra programação da 2ª Semana UEMG
13/11/2012
A sessão de lançamento da Bienal Universitária de Arte 1 aconteceu no último dia 08, quinta-feira, na Escola Guignard. O evento, que fez parte da Semana UEMG deste ano, foi realizado no auditório da Unidade. Compuseram a mesa Clério Campolina, reitor da UFMG, Eduardo Andrade Santa Cecília, chefe de gabinete, que na ocasião representou o reitor da Universidade, Dijon Moraes Júnior, Ana Cristina
Brandão, diretora da Unidade, Fabrício Fernandino, coordenador geral e curador, e os curadores Marília Andrés Ribeiro e Benedikt Wiertz.
Segundo a coordenação do evento, o objetivo da Bienal é expor as mais diferentes produções de cunho artístico dos estudantes universitários do Brasil e de outros países da América Latina. “A Bienal visa o intercâmbio de pesquisa em artes visuais”, disse Fabrício Fernandino. Foram 488 trabalhos inscritos e desses, foram selecionados 69 estudantes, que durante os meses de novembro e dezembro colocarão seus trabalhos à mostra. Segundo Eduardo Santa Cecília, a Universidade acredita e confia no pleno êxito da Bienal.
A realização da Bienal 1 é uma parceria entre a UEMG e UFMG. Para Clério Campolina, reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais, essa parceria é extremamente importante, principalmente por se tratar de duas instituições públicas. “A Guignard tem toda uma tradição na área de artes e com todas as
habilidades e a UFMG hoje também tem todo um interesse em ampliar a atuação nessas atividades. Então, essa parceria é extremamente saudável para as duas partes e esperamos que haja continuidade a ela”, completou Campolina.
“Toda a influência do Guignard teve um papel decisivo na estruturação, na ampliação e desenvolvimento da Escola de Belas Artes da UFMG”, disse ainda o reitor da UFMG, ressaltando o artista homenageado na 2ª Semana UEMG como uma inspiração para a Escola de Belas Artes.
A abertura da Bienal contou com a participação do professor da Escola de Música da Universidade, Daniel da Costa Campos, que apresentou o Hino Nacional no clarinete. O público também pode conferir uma palestra com José Augusto Ribeiro, crítico de arte e mestre em Teoria, História e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). José Augusto falou sobre o tema "Dissolução da Pintura em Guignard".
A Bienal acontece dos dias 8 de novembro a 2 de dezembro. O evento comemora os 85 anos da UFMG e faz uma homenagem aos 50 anos de morte do artista Alberto da Veiga Guignard. Os trabalhos serão expostos nos seguintes espaços: Reitoria da UFMG, Escola Guignard/UEMG, Museu de Arte da Pampulha, Espaço 104, SESC Palladium e Galeria Livrobjeto.
Palestra ressalta trabalho de Guignard
“Dissolução da Pintura em Guignard” foi o tema da palestra proferida pelo crítico de arte José Augusto Ribeiro. Foi apresentado um apanhado da produção do artista, uma visada geral do que Guignard produziu, desde 1929, quando ele volta para o Brasil, até 1962, quando ele morre.
De acordo com o palestrante, o objetivo era mostrar o processo da pintura na vida de Guignard, as referências, as matrizes do artista, destacando a dissolução da pintura em sua obra a medida que a pintura vai ficando cada vez mais rala, mais liquefeita, sobretudo a partir dos anos 50.
“Significado nacional, a vinda do Guignard foi importante para fortalecer, tentar criar um ambiente favorável de produção moderna em artes plásticas”, disse José Augusto sobre o significado de Guignard para o processo artístico nacional.
O crítico destacou ainda a homenagem feita pela UEMG no aniversário de morte do artista: “acho essencial que uma universidade mobilize seus alunos para olharem com atenção para uma produção como a do Guignard, que tem um relevo muito grande para produção de arte brasileira, especialmente na primeira metade do século XX”.
Guignard ontem e hoje
Aluna do 1º ano do curso de Artes Plástica da Escola Guignard, Maria das Graças Evangelista Neri foi uma das expectadoras da solenidade de abertura da Bienal Universitária de Arte 1.
Maria das Graças esteve no evento com o interesse de conhecer a Bienal e ver de perto a oportunidade oferecida aos alunos que no futuro serão os artistas da vez.
Ao saber que Guignard seria o homenageado da noite, seu interesse no evento aumentou. Quem um dia foi aluna, hoje volta a ser. A história de Maria das Graças e Guignard tem início ainda na juventude, quando Maria se tornou aluna da Escola que já levava o nome do artista e funcionava nos porões do Palácio das Artes. “Parei de estudar por que casei, vieram muitas coisas pra eu fazer, cuidar da família”. Esse foi o
fim da primeira temporada da aprendiz e espectadora de Guignard.
Depois de algum tempo, agora com 64 anos, Maria das Graças Neri volta a ser aluna da Escola que leva o nome do artista. Nesse ano de 2012, apoiada pelo filho, Maria tomou a decisão de voltar a estudar, voltar a conviver com aquilo que no passado fez parte da sua vida. Ela prestou vestibular e foi aprovada no curso de Artes Plásticas.
Hoje, a aluna tournou-se artesã, faz trabalhos manuais e os vende em feirinhas da capital mineira. Ela vê o artista como inspiração, e sobre a homenagem feita pela 2ª Semana UEMG e pela Bienal Universitária de Arte 1, Maria disse: “São eventos que me deixam mais interessada do que já sou pela obra do artista”.
Interesse que levou a artesã a visitar, no último Dia de Finados, 2 de novembro, o museu e o túmulo de Alberto da Veiga Guignard na cidade de Ouro Preto – MG. “Fiquei emocionada demais ao estar em contato com a casa e o túmulo de Guignard”, disse a eterna aluna de Guignard. Mesmo que o tempo passe, que sejam 50 ou 100 anos de morte, o Artista Alberto da Veiga Guignard deixou um legado de inspiração, referência e emoção na vida de quem o acompanhou e acompanha suas obras através de estudos.
Por Laís Silva
Agência Inova - UEMG Frutal
SEMANA UEMG
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