UEMG Unidade Divinópolis: hortaliças – saúde que se põe na mesa
19/09/2015
Em busca da boa forma e de um melhor condicionamento físico, cada vez mais as pessoas optam pelas hortaliças: elas estão presentes nas refeições diárias, sendo alimentos mais saudáveis e com baixas calorias. Mas essas folhas também podem ser um veículo para parasitas e bactérias e deixar o consumidor gradativamente exposto a enfermidades entéricas.
Segundo a professora e bióloga Thelma de Filippis, mestre e doutora em Parasitologia, que, junto ao professor e engenheiro civil Tiago de Morais Faria Novais, mestre em Saneamento, ministrou a palestra “Segurança Alimentar”, dia 18, na UEMG Unidade Divinópolis, um dos principais meios para a contaminação das verduras é a água utilizada para fazer a irrigação. “Nós não temos um sistema que faz a vigilância e análise da água usada. A pessoa que planta pega a água do rio e, muitas vezes, como pude notar em pesquisas e projetos que fiz, antes de chegar ali, aquela água, lá atrás, recebeu esgoto de alguma cidade ou de casas”, comentou Thelma. Outro fator que também coloca o alimento em contaminação é o uso de adubos de animais de procedência desconhecida e o transporte desses alimentos. “Poeira, mãos, as caixas de armazenamento, tudo isso colabora para que alimento se enriqueça de parasitas e bactérias”, observa.
De acordo com Tiago, que explicou como é feito o tratamento de água, de um total de 5.564 municípios brasileiros, 98% deles contam com abastecimento de água e, dessa porcentagem, 70% tem algum tipo de tratamento. Ele conta que “por termos tubulações antigas, perdemos um litro por segundo a cada quilômetro percorrido de água, fora que nesses caminhos que a água percorre, devido à infiltração, ela acaba sendo contaminada por ferros, metais e outros microrganismos que vão cruzando a superfície desses tubos, colocando o tratamento da água quase na estaca zero”. A destinação do esgoto é outra questão observada. “O que também problematiza a situação é que o tratamento de esgoto é presente em apenas em 34% dos municípios, e a operação feita é ruim”, avalia.
Para a aluna do 6º período de Ciências Biológicas Raiany Sousa Costa, a palestra foi de extrema importância, tanto para a área da saúde quanto para a vida pessoal. “O tema aplicado foi muito interessante porque saimos da graduação com uma experiência a mais e ainda nos dá a capacidade de saber quando um alimento está ou não infectado com algum tipo de bactéria. Com certeza, irei levar esse conteúdo para minha vida profissional e particular”.
A dica para quem cultiva hortaliças em casa é evitar adubos de animais desconhecidos, optar pelos industrializados e procurar usar água mais segura possível. Se for comprar as hortaliças, deve-se dar preferência aos hipermercados, pois eles estão sujeitos à vigilância e sempre devem fazer dedetização. Além disso, ao consumir a água, deve-se fervê-la ou filtrá-la. “Vou iniciar agora meu trabalho de conclusão de curso que tem quase o mesmo assunto abordado na palestra. A 4ª Semana da UEMG me proporcionou essa oportunidade que só vai acrescentar tanto no trabalho de conclusão, quanto nos cuidados do dia a dia”, comentou Suelen Nardy, estudante do 6º período de Ciências Biológicas.
Reportagem e fotografias: Júlia Resende e Henrique Silva (2º período de Jornalismo)
Profª orientadora: Daniela Couto
SEMANA UEMG
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