Oficina de teatro em Divinópolis debate opressão à mulher negra
19/09/2015
Com o tema Diversidade: a questão da etnia, foi realizada, nesta sexta-feira, 18, uma oficina de teatro, com foco no Teatro do Oprimido, ministrada pela Professora da Unidade Divinópolis da UEMG Regina de Morais. Debatendo a mulher negra na sociedade e no mercado de trabalho, a oficina despertou grande interesse, por problematizar questões muito presentes na cultura brasileira.
Retomando a época do regime militar brasileiro, a Professora Regina retratou o surgimento do Teatro do Oprimido, escola dramática criada pelo teatrólogo Augusto Boal, que propunha a tematização das formas de opressão presentes na sociedade e a transformação dessa realidade pelo diálogo com as classes populares.
Regina Morais enfatizou que o surgimento do Teatro do Oprimido, na época, partiu do desejo de retratar o cotidiano dos anônimos. “Boal ia às comunidades, às praças, agrupava as pessoas que normalmente eram grupos com os quais ele tinha uma relação estabelecida. Havia ali um objetivo claro de conscientizar, discutir, ensinar teatro, representar, fazer arte”. Além disso, continuou a Professora, o diálogo com essas populações oprimidas era a principal ferramenta na libertação da opressão.
A fim de dar sentido prático à oficina, Regina propôs a leitura coletiva do poema Essa Nega Fulô, de Jorge de Lima, que retrata a vida mulher negra na época da escravidão. A Professora propôs a leitura a partir do prisma atual, tendo como pano de fundo a situação da mulher negra no mercado de trabalho. Dois grupos, entre os participantes do curso, foram formados, para que fossem encontradas soluções para a dramatização do poema a partir do foco proposto.
Para o estudante do curso de História da UEMG Divinópolis Lucas Dias, a mulher negra atual enfrenta duas barreiras para ingressar no mercado de trabalho: “Primeiro por ela ser mulher, depois por ser negra. Mas capacidade não tem cor nem sexo! O que elas buscam é igualdade”, exclamou o estudante.
Já a estudante do curso de Serviço Social da Unidade Ana Maria Cândida de Faria disse que os paradigmas precisam ser rompidos. “Hoje nós temos outra visão do papel da mulher, seja ela negra, branca, indígena. Vejo uma mudança, uma quebra do que sempre nos foi ensinado”.
Regina Morais avaliou o debate como positivo. Ela acredita que a desconstrução é o principal caminho para que a sociedade compreenda que as diferenças não são motivo para opressão de qualquer espécie.
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