|
4ª Semana UEMG: evento que vai muito além dos sete dias
29/09/2015
Ao incluir pela primeira vez as novas Unidades da Universidade do Estado de Minas Gerais após o processo de estadualização, a Semana UEMG alcançou expressão inédita em sua quarta edição, encerrada no último dia 19. Para além das mais de 600 atividades constantes do evento, um trabalho de bastidores chamou atenção e permitiu maior visibilidade à Semana. Equipes de alunos, docentes e técnicos das Unidades em que há curso de Comunicação Social (Frutal, Divinópolis e Passos), junto com a Assessoria de Comunicação da Universidade, realizaram um amplo esforço de cobertura jornalística da programação.
Os mais de 200 textos publicados no hotsite, as centenas de álbuns de fotos no Flickr da Semana UEMG (mais de três mil imagens) e as cerca de 40 mil pessoas alcançadas pelas redes sociais, como a Fanpage do evento, representam resultados importantes, mas que ficam em segundo plano quando considerado um ganho maior: a atividade extensionista, conforme explica a Pró-reitora de Extensão da UEMG, Vânia Aparecida Costa: “Nossa proposta era de que a experiência da Extensão pudesse ser mais explorada pelo Ensino, uma vez que a Semana favorece a formação dos alunos como se fosse um estágio. Mas um estágio em que a maior preocupação dele não é responder só ao próprio curso, mas à demanda de divulgar a atuação da Universidade e às demandas externas que ele vivencia no momento da cobertura”.
Entrando em um debate do campo do Ensino e da Extensão que ela considera antigo, mas não muito bem trabalhado, a pró-reitora defende que qualquer estágio, enquanto atividade em uma vivência social envolve sempre um caráter extensionista: “Quando você vê o estágio só como ensino, você corre o risco, por exemplo, de achar que só você está aprendendo ou que só você detém o conhecimento naquela situação, sendo que na verdade é sempre uma relação de ensino e de aprendizagem entre todas as partes envolvidas. Porque quando você está numa situação de extensão você está sempre sujeito ao novo, ao que aquela experiência vai te revelar”.
Coordenador do curso de Jornalismo da UEMG Passos e um dos responsáveis pela Redação Agência Escola da Unidade, Antônio Carvalho destaca a abertura permitida pela Semana e pelo formato escolhido para a sua cobertura: “Foi uma ocasião de receber pessoas da comunidade nos espaços da UEMG e de entrar em contato com esse público externo. Assim, a circulação pelos diferentes lugares permitiu um rico intercâmbio informando a população sobre o que a Universidade oferece e aproximando essa dos diferentes pontos de vista que compõe seu entorno em cada município”.
O professor conta que houve toda uma mobilização preparatória, envolvendo oficinas de fotografia, de captação de imagens, para o caso das filmagens, e de técnicas de entrevista e redação: “Preparamos bem não só os bolsistas destacados para viajar, mas os alunos selecionados que ficaram aqui na cobertura de Passos. Em meio a esse processo, acho que foi muito interessante a integração entre professores e alunos na produção. Foi uma oportunidade diferenciada, mais intensa e mais humana, de orientação sobre o que discutimos em sala de aula”.
A visão otimista quanto ao evento e às relações que ele estimulou é compartilhada pela estudante do 2º período de Jornalismo da UEMG Passos Gabriella Garbim, que integrou a equipe da Unidade para a cobertura da Semana: “Acredito que a UEMG conseguiu fazer algo fantástico: abordou um tema essencial, rico em cultura e uniu Universidade e sociedade. No caso das equipes de cobertura, uniu mais ainda discentes e docentes”.
Cobertura permitiu que os estudantes colocassem em prática o que aprendem na graduação (crédito da foto: Redação Agência Escolas | UEMG Unidade Passos)
Laboratório privilegiado
Para dar conta do extenso volume de conteúdo produzido, toda uma logística foi montada de modo que as equipes envolvidas na cobertura marcassem presença nos 17 municípios onde está a UEMG, ao longo dos nove dias da Semana (que começou no dia 11). Apesar da correria, a empreitada valeu a pena, na opinião do professor de Comunicação Social de Frutal Diego David: “Os estudantes puderam colocar em prática seus conhecimentos, mostrar à sociedade o que aprenderam, puderam entrar em contato com outras Unidades e seus alunos, atuar ao lado de profissionais. Além de tudo isso, se sentiram valorizados porque não foram só os técnicos e professores que fizeram a cobertura. Foi cansativo, mas renovou a motivação de todos”.
O professor Diego ainda faz questão de ressaltar o protagonismo dos estudantes na cobertura: “Tiveram muita liberdade. No esquema de correção, por exemplo, deixei todos bem à vontade para opinarem nos textos uns dos outros, procurando entre eles mesmos soluções de redação ou para dúvidas de ortografia e gramática. Ao final, eu só revisava, já que o importante era mostrar que eles também são capazes”.
Nesse sentido, ele relata que os estudantes demonstraram muita satisfação por lidar com uma carga de trabalho que se aproxima da realidade do mercado de trabalho. O aluno do 8º período de Comunicação Social, em Frutal, Caio Machado, que integrou a equipe da Unidade, endossa a visão do professor: “Trabalhar em grupo, relacionar-se com diferentes pessoas de diferentes cidades, tudo serviu de aprendizado e de crescimento pessoal”.
Durante a Semana, os alunos entraram em contato com diferentes públicos e áreas do conhecimento (crédito da foto: Redação Agência Escolas | UEMG Unidade Passos)
Riqueza da Universidade
Funcionário da Assessoria de Comunicação da Unidade Divinópolis, Max Myller participou da coordenação da equipe local de cobertura e acompanhou de perto o desenrolar da Semana UEMG. Para ele, tanto estudantes quanto professores encontraram no evento uma oportunidade ótima de ter contato com uma diversidade de ações e áreas do conhecimento e mesmo com as comunidades vizinhas da Universidade, que a todo o momento foram convidadas das atividades. “O evento trouxe à tona as peculiaridades não só das diferentes Unidades, mas das diferentes regiões do estado em que atua a UEMG, cada uma com sua cultura local. Então, o grande legado seria esse processo de integração e esse marco de percepção, com as pessoas enxergando mais claramente a Universidade como esse todo”, opina Max.
“Imaginei que seria uma cobertura similar, embora maior, a que já fazemos aqui no campus Divinópolis, mas foi além. Mais que a quantidade de eventos, a diversidade das ações foi de muito aprendizado pra gente, em termos de conhecimentos gerais mesmo”. É o que avalia a estudante do 6º período de jornalismo na UEMG Divinópolis, Poliany Mota, que fez parte da equipe da cidade que partiu pelo estado na cobertura da Semana UEMG.
Ela relata que seu grupo participou de eventos culturais, mesas-redondas, palestras sobre pesquisas acadêmicas e outros projetos. Atividades que por vezes a fizeram refletir sobre questões que antes não passavam muito por sua cabeça: “Dou destaque, por exemplo, a um documentário que assistimos sobre o negro em novelas, no cinema e seriados, mostrando o quanto ele ainda é pouco presente nesses espaços de representação, apesar de certo avanço recente. Achei uma discussão bem interessante, que frequentemente é ignorada por muitas pessoas”.
Poliany destaca ainda o papel social da cobertura: “Estávamos ali para divulgar as atividades que a UEMG oferece à comunidade, para mostrar que a Universidade vai além do ensino e da pesquisa”.
SEMANA UEMG
|